No mundo de Ângela Lago

Nosso Blog pretende mostrar um pouquinho do mundo e das obras da escritora contemporânea Ângela Lago, tendo em vista seu trabalho ímpar na produção de textos infantis.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Biografia- Ângela Lago







"Nasci em Belo Horizonte em 1945. Morei na Venezuela e na Escócia.Faz vinte anos que escrevo e desenho livros para criança. Expus meus trabalhos em muitos países e já publiquei até na China.Ganhei prêmios na França, na Espanha, na Eslováquia, no Japão e no Brasil. Mas meu melhor prêmio é quando uma criança me fala alguma coisa simpática. Que mais? Sou casada há 30 anos e tenho um gato. Meu marido tem três cachorros. E na nossa casa nós recebemos visita de amigo gente e de amigo caxinguelê, jacu,sabiá, bem-te-vi, viuvinha, sanhaço, mico-estrela. Os micos comem na nossa mão."










Bibliografia

Publicações de livros no Brasil:
(Livros com texto e ilustrações da autora)


  • O fio do riso, Editora Vigília, Belo Horizonte, 1980. Edição 2005 da Editora RHJ, Belo Horizonte.

  • Sangue de barata, Editora Vigília, Belo Horizonte, 1980. Edição 2005 da Editora RHJ, Belo Horizonte.

  • Uni duni e tê, Editora Comunicação, Belo Horizonte, 1982. Edição 2005 da Editora Moderna, São Paulo.


  • Outra vez, Editora Miguilim, Belo Horizonte, 1984. Edição 2005 da Editora RHJ, Belo Horizonte.

  • Chiquita Bacana e as outras pequetitas, Editora Lê, Belo Horizonte, 1986.Edição 2005 da Editora RHJ, Belo Horizonte.







  • Sua Alteza a Divinha, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1990.




  • O cântico dos cânticos, Editora Paulinas, São Paulo, 1992.

  • De morte, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1992

  • Coleção Folclore de Casa, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1993.

  • Charadas Macabras, Editora Formato, Belo Horizonte 1994.

  • Cena de Rua, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1994.

  • Tampinha, Editora Moderna, São Paulo, 1994.

  • A festa no céu, Editora Melhoramentos, São Paulo, 1995.



  • O personagem encalhado, Editora Lê, Belo Horizonte, 1995. No prelo, Editora RHJ.

  • Pedacinho de Pessoa, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1996.

  • Uma palavra só, Editora Moderna, São Paulo, 1996.

  • ano novo danado de bom, Editora Moderna, São Paulo, 1997.

  • A novela da panela, Editora Moderna, São Paulo, 1999.




  • ABC Doido, Editora Melhoramentos, São Paulo, 1999.




  • Indo não sei aonde buscar não sei o quê, Editora RHJ, Belo Horizonte, 2000?

  • Sete histórias pra sacudir o esqueleto, Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2002.

  • A banguelinha, Editora Moderna, São Paulo, 2002.







  • Muito capeta, Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2004.

  • A raça perfeita, Angela-Lago e Gisele Lotufo, Editora Projeto, Rio Grande do Sul, 2004.

  • A casa da onça e do bode, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005.









  • A flauta do tatu, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005.

  • O bicho folharal, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005.



Entrevista com Ângela Lago

Como grupo encontramos uma entrevista bem interessante que deixamos aqui para apreciação de todos.
A entrevista a seguir foi coletada no site:
http://www.geocities.com/SoHo/Lofts/1418/entrevistas.htm


Como foram as primeiras sensações no caminho da leitura? A literatura infantil é ainda mais lúdica? Quando percebeu que era este o seu caminho?
- Aprender a ler teve a magia de um rito de passagem. Mas a literatura infantil está muito ligada à cultura oral. Tenho uma espécie de devoção, desde menina, pelos contos populares, incluindo os de fada. Assim que aprendi a ler, corri para os autores que anotaram esses contos. Esse elo entre a cultura oral e a cultura escrita é talvez meu maior interesse ainda hoje.

O seu site é bem sofisticado. Como surgiu a idéia de construir um sítio cibernético? Quem o criou?
- Eu mesma criei e construo meu site, que não acho tão sofisticado assim. Fiz a primeira versão do Ciber-espacinho, faz três ou quatro anos, disposta a ir atrás dos meus leitores. Atrás mesmo, pois meus leitores, as crianças, estão muito a minha frente. Quero ir atrás e aprender com eles a falta de medo para brincar e experimentar. E também a liberdade no uso da cor e do traço, a espontaneidade poética da linguagem...

O que o computador pode ajudar na formação de novos leitores?
- O computador fornece leitura. A Internet já é a maior livrariae logo será a maior Biblioteca. Imagina uma pessoa vivendo em um vilarejo e tendo ao alcance da mão todos os clássicos de todos os tempos. O computador é essa possibilidade. Ainda é mais confortável ler nesse objeto fascinante de papel, que não trava,e obedece o comando simples do nosso dedo passando a folha. Masas novas mídias construirão suas próprias fascinações.

Por que há pouco espaço para divulgação de literatura infantilnos jornais?
- Pensando bem tem pouco espaço para a literatura em geral.
Você faz a parte de ilustração de seus livros. Como é a sua relação com as palavras? E com o desenho? O que é mais "natural"a palavra ou o desenho?
- O desenho é mais "natural". Tenho livro sem texto, só de imagens, de tão difícil que acho escrever.

Como é o seu processo de criação?
- Começar de novo mais uma e mais outra vez. Meu trabalho é dos que ficam pronto quando a gente desiste.

Como conseguiu fazer um site didático e interessante para as crianças?
- Fico feliz com a pergunta. Nós, da área da literatura infantil,temos em geral muito medo de ensinar. Os primeiros livros para crianças foram tragicamente didáticos e nós não queremos repeti-los.Por sinal, aproveito sua entrevista para pedir visitas, críticas e comentários de pais, professores, especialistas ou simples palpiteiros. Os simples palpiteiros são muito bem-vindos. Palpitede criança então... é uma alegria. Meu http://www.angela-lago.com.br, precisa saber como está sendo visto, para poder melhorar. Essa mídia não é como o livro, objeto perfeito, quenasceu pronto. A gente sabe como as pessoas pegam um livro e viram uma página. Assim mesmo é tão difícil desenhá-lo. Imagine aqui onde está tudo ainda a ser descoberto. No meu ABCD, que é para crianças que ainda não sabem ler, estou tentando criar uma interface sem palavras escritas. Estou apanhando.

Você morou na Venezuela e na Escócia. Qual a imagem da literatura brasileira fora do Brasil?
- Morei na Venezuela e na Escócia faz muito tempo. Naquela época a literatura infantil brasileira ainda não era tão expressiva. A ilustração e o texto brasileiro para crianças começaram a ser reconhecidos mais recentemente. Tenho, como outros colegas, sido convidada com freqüência a participar de seminários e congressos no exterior. Tenho também publicado e recebido prêmios em outros países. Estamos sendo vistos.

Tem algum mote ou alguma epígrafe que a acompanhe pela vida?
- Não.Não tenho constância para tanto.

Qual o papel do escritor na sociedade?
- Talvez servir de espelho, já que reflete seu tempo.

Análise de 4 obras da autora feita pelas alunas do 4º semestre de Pedagogia da Uniso

          1. A Casa do Bode e da Onça, 2005.



          Este livro conta a história do bode e da onça que sem perceberem construíram uma mesma casa. Como não tinham outra opção, resolveram morar juntos. Porém, um queria se livrar do outro e começaram a armar planos para ficarem sozinhos na casa.


          Em relação à ilustração , há traçados simples, não muito definidos e com riscos imcompletos como se tivesse sido feito por uma criança. Ela não possui papel fundamental para a compreensão. Um fato importante a ser destacado é que a autora escutou esta história quando criança lendo posteriormente diversas variantes.








          2. O bicho folharal, 2005.




          O livro conta a história de um macaco que para matar a sua sede se disfarça como um animal diferente chamado bicho folharal engana a onça que não o deixava beber a água do rio.



          As figuras ilustradas retratam animais bem coloridos, lembrando desenhos criados por crianças. Um aspecto interessante é que as personagens não são contextualizadas em uma paísagem especifica, o que estimula a imaginação dos leitores. As páginas do livro brincam com as cores, ao alternar o vermelho e verde.


          O texto estrutura-se através do discurso direto (diálogo das personagens) e pelo discurso indireto(narrativa). A história identifica-se muito com uma fábula, observa-se isto pelas personagens "animais" que se encontram,como a onça e o macaco, e principalmente pelo seu final explicitar que um dos animais sempre sai bem em relação ao outro.Entretanto há uma diferença das fábulas tradicionais, a autora não se preocupa em moralizar a história.



          3. Sete histórias para sacudir o esqueleto, 2007.



          O livro " Sete histórias para sacudir o esqueleto" é composto por diferentes contos relatados por pessoas mais velhas , para seus filhos e netos.


          Baseado em lendas, mistérios, supertições e assombrações no qual o humor toma conta desses textos e o leitor não se sente amedrontado.


          A autora trata das ilustrações representando-as com traços na cor prateada contrastando com as cores das páginas ( verde e preto).


          Isso permite que o leitor observe tanto os traços das ilustrações quanto os contos que envolvem brincadeiras com personagens visíveis e invisíveis.


          4. João Felizardo, o rei dos negócios; 2007.


          A obra questiona os valores atribuídos aos objetos e relativiza as relações de perda e ganho. Foi publicado originalmente no México e reescrito em várias versões. Nesta, Ângela Lago como com João Felizardo que recebera uma moeda de herança. Daí para frente temos as características mais acentuadas de um conto cumulativo, onde as figuras têm papel importante. Nelas percebemos as imagens como "quadros" pintados à mão nos quais são mostradas várias cenas ao mesmo tempo. As figuras estão sempre na perspectiva do alto, contudo no final a perspectiva muda ficando na lateral ficando com uma paisagem mais leve e homogênea.


          Por ser um conto popular e cumulativo apresenta estruturas textuais simples. O cuidado com a palavra e a imagem é tamanho que não infantiliza a criança.

          "NÃO CABE AOS AUTORES EXPLICAR SUAS OBRAS. ACREDITO QUE DEVERÍAMOS IMITAR AS ÁRVORES QUE OFERECEM SEUS FRUTOS SEM PREFÁCIOS OU QUALQUER CONVERSA." ÂNGELA LAGO